A relação entre o excesso de peso e câncer de mama é grande. Isso porque o controle do peso e a manutenção de hábitos saudáveis são fatores importantíssimos para a prevenção e combate da doença.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 2,3 bilhões de pessoas estão com sobrepeso ou obesas. Ou seja, a obesidade atingiu proporções epidêmicas ao redor do mundo, e esse fato contribui para o aparecimento de vários tipos de câncer, entre eles o câncer de mama.
Por isso, no artigo de hoje você vai entender melhor sobre como o excesso de peso influencia no aparecimento da doença e o que você pode fazer para evitar o sobrepeso. Acompanhe.
Excesso de peso e câncer de mama
O risco de câncer de mama aumenta principalmente em mulheres na pós-menopausa que possuem excesso de peso ou diabetes.
Essas duas doenças são associadas a à resistência à insulina e maior índice de mortalidade por todas as causas de neoplasia em pacientes deste perfil.
De acordo com estudo da revista americana Breast Cancer Research, a maior resistência à insulina é um fator que contribui para um pior prognóstico de câncer de mama entre mulheres negras e brancas. E, provavelmente, isso ocorre por causa dos efeitos diretos da insulina no RI (receptor de insulina).
Já em outro estudo, da revista científica Nature, o aparecimento do câncer de mama, a sua progressão e recorrência estão intrinsecamente ligados à resistência da insulina e a doenças metabólicas.
Ainda, além do fato de aumentar o risco de desenvolver tumores de mama e piorar o prognóstico, pesquisas recentes sugerem que a obesidade também pode influenciar negativamente o tratamento.
Isso porque o alto índice de massa corporal (IMC) no momento do diagnóstico pode reduzir a eficácia da quimioterapia à base de taxano, assim piora as taxas de sobrevida.
O taxano é uma droga lipofílica, ou seja, a gordura que existe no corpo do paciente pode absorver parte da droga antes mesmo que ela atinja o tumor.
Ainda de acordo com os estudos, os pacientes que tinham sobrepeso e foram tratados com um regime de quimioterapia com taxano tiveram uma taxa de sobrevida livre de doença significativamente pior em comparação com pacientes dentro da sua faixa adequada de peso.
Mulheres que passam pela cirurgia bariátrica apresentam menor risco de desenvolver o câncer de mama
O excesso de peso é um risco que deve ser levado em consideração para diversas outras doenças, como a diabetes tipo II e hipertensão. Assim, um IMC alto está associado ao aumento relativo de risco de morte por qualquer tipo de câncer, especialmente o de mama.
Dessa forma, os pesquisadores fizeram uma revisão sistemática para investigar qual o impacto da cirurgia bariátrica no risco de desenvolver esse tipo de tumor.
O resultado foi que a cirurgia atua como um agente protetor, por diminuir o risco de neoplasia em mulheres que fizeram o procedimento cirúrgico. Ou seja, a perda de peso pode exercer, também, um efeito protetor contra outros tipos de doenças.
Atualmente, pesquisadores buscam compreender a obesidade como uma doença multifatorial, que contribui para a ocorrência de neoplasias, especialmente tumores de mama.
A OMS já afirma que a condição é o segundo maior fator de risco para o câncer de mama, atrás somente do tabagismo. Assim, intervenções multiprofissionais, como educador físico, nutricionista, endocrinologista e psicólogo apresentam resultados satisfatórios no combate da doença que se tornou uma questão de saúde pública.
Quais as causas do excesso de peso?
O excesso de peso pode ocorrer por diversas causas. Assim, o paciente pode desenvolver o sobrepeso por hábitos alimentares ruins, como comer muitos doces e alimentos gordurosos, além de não praticar atividades físicas.
É importante ressaltar, entretanto, que o excesso de peso pode aparecer como sintoma ou consequência de uma série de doenças que podem afetar o metabolismo. Isso faz com que seja difícil a perda de peso ou com que o paciente ganhe peso de forma mais rápida.
É o que ocorre com o hipotireoidismo, por exemplo, a glândula tireóide deixa de produzir as quantidades adequadas de hormônio, assim o paciente ganha peso rapidamente e de maneira inexplicável.
Já a síndrome dos ovários policísticos, a paciente pode ter resistência insulínica, assim, ela sente um maior desejo de consumir carboidratos, resultado no sobrepeso e uma piora geral do quadro de saúde.
Outras condições, como as psicológicas, ansiedade, estresse ou compulsão alimentar também podem fazer com que o paciente coma mais e sem controle nenhum.
Alguns medicamentos também podem fazer com que o paciente desenvolva excesso de peso como efeito colateral.
Como o excesso de peso é tratado?
Para iniciar o tratamento de excesso de peso é preciso da ajuda de um clínico geral. Assim, ele pode recomendar exames de sangue para analisar a origem do sobrepeso e observar as individualidades do seu organismo.
Outro profissional essencial para tratar o excesso de peso é o nutricionista. Ele irá realizar o acompanhamento nutricional e auxiliar durante a reeducação alimentar para a perda de peso.
Quando o excesso de peso ocorre por causa alguma outra doença, no entanto, tratá-la ajuda a melhorar o excesso de peso do paciente.
Já em casos em que o paciente se classifica como grau de obesidade II ou obesidade III, o procedimento cirúrgico pode ser uma opção, como a cirurgia bariátrica, por exemplo.
Conclusão
Em resumo, graças a estudos e pesquisas na área podemos compreender que o excesso de peso e câncer de mama se relacionam. Dessa forma, cuidar do corpo e manter o seu peso ideal é uma forma de prevenir a doença.
Por isso, busque se alimentar de forma balanceada, com uma variedade de alimentos. Além também de praticar exercícios físicos de maneira regular, ao menos três vezes por semana.