Em 2013, a atriz Angelina Jolie, descobriu aos 37 anos, ter uma “falha” no gene chamado BRCA1. Médicos disseram à atriz que ela tinha 87% de chance de desenvolver câncer de mama, o que a levou a optar por realizar a mastectomia redutora de risco.
Ela revelou ao jornal americano, “The New York Times” que passou por duas cirurgias em um intervalo de três meses. Angelina retirou as duas mamas, a técnica utilizada foi o “nipple delay”, ainda que cause mais hematomas, aumenta a chance de salvar o mamilo.
Embora, o assunto tenha ganhado luz desde que Angelina revelou ter optado pela cirurgia, muitas mulheres ainda têm duvidas sobre a mastectomia preventiva. Neste artigo vamos esclarecer algumas delas.
Como é realizada a mastectomia redutora de risco?
Existem diferentes tipos de cirurgia – radical, radical modificada, total, preservadora de pele e preservadora de pele e mamilo. Contudo, em todos os casos a cirurgia consiste em remover os tecidos onde pode ocorrer a formação do tumor, como a glândula mamária e os ductos mamários.
Em pacientes entre 25 e 30 anos, com a remoção dos tecidos mamários, as chances de se desenvolver a doença podem cair em até 90%. Após retirar o tecido, a paciente precisa fazer a reconstrução mamária, e, se necessário, a reconstrução do mamilo.
Entretanto, em alguns casos, pode ocorrer algumas complicações, como o corpo rejeitar a prótese, perda da sensibilidade, ou, os mamilos ficarem desalinhados. Por estes motivos, é fundamental que se tenha um estudo de cada caso individualmente por um profissional, e que se sigam todas as suas recomendações corretamente.
Como saber se devo fazer o procedimento?
A realização da mastectomia redutora de risco só é indicada após uma extensa avaliação da paciente. È levado em conta alguns fatores para identificar se a cirurgia é necessária, como:
– Paciente com histórico particular de câncer[
-Com histórico de câncer na família;
– Pacientes com lesões de risco, identificado através de tomografia ou ressonância magnética.
Um dos métodos mais indicados para verificar se a mastectomia realmente indicada é o mapeamento genético. Assim, a partir de uma análise minuciosa do DNA, é possível então identificar a existência de mutações genéticas como o BRCA1, BRCA2 E p53.
O mapeamento genético não esta disponível no SUS. Na rede particular os gastos variam entre R$ 2 mil e R$ 4 mil reais. Assim sendo, uma vez que haja comprovação pelo médico o alto risco da paciente desenvolver a patologia, o convênio deve a arcar com os custos do exame.
Contraindicações da mastectomia redutora de risco
Embora a cirurgia não seja tecnicamente complexa, com rápida recuperação, deve-se, no entanto, ter em mente que existem outras formas de reduzir o risco de se ter câncer de mama, reservando a cirurgia para último caso.
É essencial manter uma rotina de exercícios físicos, uma dieta saudável e diminuir a consumo de bebidas alcoólicas e cigarros.
Em casos de pacientes fumantes, com comorbidades, obesidade, diabetes ou hipertensão, podem se desenvolver maiores complicações no pós-operatório. Desse modo, nesses casos não se deve fazer cirurgia .
A mastectomia redutora de risco é realizada por um mastologista, associada ou não à cirurgia plástica.